Lembrando que:
Cada Erê teve sua passagem na terra, e cada um teve sua história, e essa é mais uma entre muitas que tem por ai.
Espero que gostem!
ANINHA !!!🎀🎣
Aninha Estrelinha do Mar é uma Erê que
trabalha na Umbanda na linha
das Ibeijadas, fazendo a
caridade a quem necessita, principalmente às
crianças carentes e
necessitadas.
Ela busca fazer seus trabalhinhos voltados
a saúde do corpo
físico, mental,
psicológico. Tem grande conhecimento de rezinhas que
encantam a todos, principalmente
os pequeninos.
Sua história na vida encarnada se iniciou
nos meados do século XIX,
onde ela veio iluminar
esse mundo com seu sorriso cativante e lindo.
Nasceu na região Nordeste
do Brasil, em uma ilha nas proximidades da
Baía de Todos os Santos,
e lá ela viveu até seu desencarne com apenas
7 anos de idade.
Aninha já era diferenciada mesmo no ventre
de sua mãe, uma
camponesa da região que
se matrimoniara com um imigrante espanhol,
e com todo amor
aguardavam a chegada de um filho. E essa diferenciação
era constatada pelo
próprio pai de Aninha, quando a sua esposa já
grávida era acompanhada
por três luzes muito brilhantes, sendo uma
azulada estando sempre a
frente da futura mãe, e duas embranquecidas,
ficando uma de cada lado
da mulher.
A
jovem camponesa era muito fiel a sua fé, e sempre dizia ao esposo
que ela não estava apenas
gerando um filho, mas sim um Anjo de Deus, e
a prova estaria nas luzes
irradiantes que ela via em torno de si
mesma.
O tempo passou e, certa manhã, quando o
casal estava em um pesqueiro
buscando seu alimento, a
jovem futura mãe sentiu as dores do parto, e
rapidamente seu esposo
buscou retornar ao cais, porém o mar de um
instante para outro se
tornou violento, grandes ondas se formaram,
fazendo assim com que o
pesqueiro ficasse a deriva.
O jovem espanhol entra em desespero, tinha
muito medo de que
acontecesse algo de ruim
a sua esposa e ao filho que estava para
chegar.
Ele tentava desesperadamente conduzir o
velho pesqueiro para fora
da tormenta, pedia
auxílio a seus companheiros de pesca, clamava a
algumas mulheres a bordo
que levassem a sua esposa a local seguro pois
ainda se encontrava no
convés. E assim foi feito, enquanto o grupo de
pescadores sobre
supervisão do jovem espanhol continuavam tentando
retirar o pesqueiro da
tormenta, tentando salvar as vidas de todos
ali.
Não sabendo mais como conduzir o barco, o
espanhol se joga de
joelhos ao chão, clama a
Deus que os salvem, principalmente sua esposa
e o filho que estava para
nascer.
Enquanto isso a jovem futura mãe se
encontrava em uma cabine,
deitada ao chão, em
lágrimas, não pelas dores, mas com medo de algo
acontecer e seu bebê não
pudesse sequer nascer.
Em sua volta algumas mulheres de pescadores
rezavam em murmúrio,
pedindo proteção a todos
e principalmente a criança que estava a vir
ao mundo naquela situação
desesperadora.
Lá fora a tormenta aumentava, muitas ondas
batiam no casco do
pesqueiro fazendo com que
ele balançasse, rodopiasse, deixando todos
sem direção.
A jovem mãe sentia mais dores, e com o
balançar do pesqueiro tudo
ficava pior. Mulheres
ajoelhadas rezavam, uma velha senhora mestiça
auxiliava a mulher em seu
parto.
Os ventos não davam trégua. O mar revoltoso
lambia todo o convés
do pesqueiro de uma forma
violenta, as velas se rasgavam, a correria
por salvação estava
grandiosa, enquanto o espanhol continuava suas
orações.
Na cabine abaixo do convés, o sofrimento da
futura mãe era de
cortar os corações das
mulheres presentes, ela clamava a Deus e pedia
que salvasse a sua
criança. E a criança começa a nascer com auxilio da
velha senhora pescadora.
No mesmo instante que a criança vinha ao
mundo, os ventos batiam e
quebravam os grandes
mastros do pesqueiro, as ondas enormes quase
viravam a embarcação.
E a criança nasceu, e como por um milagre
ao dar seu primeiro
choro de recém nascido, o
céu se cala, não havendo mais raios e
trovões, o mar se acalma,
o vento vira uma pequena brisa, o mestre Sol
reaparece.
Ao sentirem a calmaria novamente, os
pescadores aos poucos
retornam ao convés, se
reunindo em agradecimento a Deus. Nesse momento
a velha porta de madeira
da cabine se abre e a velha senhora mestiça
com a criança ao colo,
abre um largo sorriso dizendo a todos sobre o
nascimento da menina. O
jovem espanhol se aproxima, pega a criança ao
colo, se ajoelha e em
lágrimas agradece a Deus.
Nesse momento, as três luzes que
acompanhavam a jovem mãe em sua
gestação aparecem diante
de todos, só que dessa vez em forma humana, e
se apresentaram assim:
Uma linda mulher de manto azul e longos cabelos
negros com seu olhar
carinhoso que encantou a todos, e dois homens
encorpados, de aparência
serena, e olhar cativante, vestidos com
roupas azuladas, porém um
com o tom de azul mais escuro e outro com
azul mais claro.
A mulher com a voz doce e meiga, abre os
braços e diz assim:
"Abençoada seja essa criança, assim
como abençoada seja seus pais.
Essa menina veio ao mundo
para iluminar os caminhos de quem
necessitar, terá em suas
mãos o poder de curar, de trazer paz, de
distribuir o amor.
Essa será sua última missão nessa terra
antes de partir para o
reino da caridade
espiritual. Ela será protegida, encaminhada e amada
por mim, e pelos dois
protetores que cá estão presentes.
A luz de Oxalá deve fazer essa criança
brilhar em sua missão, e
após ter a cumprido,
retornará a seu lugar da mesma maneira que cá ela
chegou.
Aos pais, rogo muita fé, entendimento e
compreensão, pois será com
esse entendimento que
fará essa menina ser mais uma divindade, com
essa fé que exaltará toda
sua caminhada rumo ao infinito amor de Deus,
e essa compreensão que
fará com que ela possa caminhar em seu destino
sem tristezas ou culpas.
Aqui agora eu abençoo cada instante de vida
desse ser de luz, e
que sua generosidade, seu
amor, sua fé e sua caridade reinem acima de
tudo.
Em meu nome, Iemanjá, em nome de Ogum Beira
Mar, e em nome de Ogum
Iara, eu trago as forças
das águas do mar e das cachoeiras a essa
menina de Deus."
Ao falar isso, a linda Iemanjá segura uma
bela estrela do mar nas
palmas das mãos, sobre
ela também colocam as mãos espalmadas Ogum
Beira Mar e Ogum Iara,
abençoando o objeto, que foi entregue ao pai e
a mãe da menina, que já
se encontrava no convés.
E assim Iemanjá disse:
"Guardem essa estrela do mar, ela é o
artefato que essa doce
menina usará para seus
trabalhos de cura."
E assim, as imagens iluminadas
desapareceram diante de todos
presentes, que sem demora
se jogaram de joelhos e se colocaram em
oração.
Nesse
instante a jovem mãe ainda fraca, com um fio de voz diz ao
esposo:
"Ana, esse vai ser o nome de nossa
filha, e será conhecida como
Aninha Estrelinha do
Mar."
E assim o tempo passou, e Aninha ficou
muito conhecida na região,
todos comentavam o
acontecido de seu nascimento, e muitas pessoas
faziam filas nas
proximidades da casa de Aninha para poderem tocar na
menina e na estrela do
mar que estava sempre a seu lado.
Muitas curas foram feitas naquela região
por intermédio de Aninha
e a fé de seus
admiradores. E ela já com seus 3 anos andava por toda a
região em companhia de
sua mãe para auxiliar a quem necessitava.
Varias doenças da época disseminava muitos
povos nas proximidades
da região onde residia
Aninha e seus pais, e assim essas doenças
teimavam em atacar as
pessoas do povoado de Aninha, porém, com muita fé
e o auxilio da menina, as
pessoas decaíam sim, mas não chegavam ao
desencarne.
As crianças que naturalmente eram mais
enfraquecidas fisicamente,
eram as principais
vitimas desses males da época, e assim todas eram
levadas ao encontro da
menina que com carinho e dedicação, pegava sua
estrelinha do mar,
fechava seus olhos e clamava pela cura dessas
crianças, que
milagrosamente iam se restabelecendo dia após dia com a
fé da menina Aninha, e as
bençãos da doce Mãe Iemanjá, de Ogum Beira
Mar e Ogum Iara..
Assim ficou conhecido por toda a região os
milagres e as bençãos
da Aninha Estrelinha do
Mar.
Os anos passavam rapidamente, e assim ano
após ano a legião de
seguidores e admiradores
da menina de Iemanjá, como já era conhecida,
foi aumentando. Ela
sempre bem disposta e sorridente era incansável,
fazia sua caridade a
todos que a procuravam, brincando, dançando ou
pulando, com seu ar
infantil.
Muitas pessoas lhe traziam presentes, porém
ela insistia em não
aceitar, pois assim tinha
aprendido com sua Mãe divina, a linda
Iemanjá, e seus
protetores Ogum Beira Mar e Ogum Iara, que a caridade
deve ser entregue as
pessoas sem interesses ou trocas, e assim ela o
fazia.
Quando Aninha completou sete anos, teve um
belo encontro com a sua
Mãe Iemanjá e seus
protetores. Na mesma noite que ela tinha feito mais
essa primavera, estando
em seu quartinho, deitada em sua cama, ela
ouve uma linda voz suave
pedindo que ela acompanhasse uma pomba branca
que arrulhava na pequena
janela de seu quarto. E assim ela fez,
seguindo a pomba branca
pelo caminho que daria nas areias brancas da
linda praia onde ela
tanto se ajoelhava para fazer suas preces a
Iemanjá e os Oguns Iara e
Beira Mar, seus protetores.
Lá chegando, sentou-se na areia, contemplou
o brilho de uma bela
Lua cheia que a protegia
de tudo e de todos. Sentiu a brisa vinda do
mar, o som sem igual das
ondas se quebrando na orla, a força do mar
que a fazia ter esperanças
em tudo que sonhava, o cheiro da maresia
inconfundível. Ali ela
permaneceu sentada por alguns minutos até que
sua percepção mostra a
chegada de alguém em sua retaguarda, ela se
vira e se depara com uma
linda mulher de cabelos negros e sorriso
materno, mas atrás dois
fortes guerreiros com largo sorriso sereno.
Ela já sabia de quem se
tratava, ali estava diante de seus olhos de
menina a poderosa Rainha
do Mar e os guerreiros da falange de Ogum na
linha dos Oceanos.
Iemanjá se aproxima da menina enquanto os
protetores ficavam um
pouco mais afastados. A
Senhora das Sereias estende as mãos a pequena
Aninha, afaga seus
cabelos longos, acaricia seu rosto infantil e
abrindo um sorriso lhe
diz:
"Minha menina de luz, sua missão está
chegando ao final. Você
nasceu para servir a
caridade, cresceu para curar seus semelhantes, e
agora vai partir para
salvar a vida de dezenas e dezenas dos filhos de
Deus.
Peço que não tenha medo, peço que não
guarde mágoas, peço que
compreenda o homem e suas
ganâncias, pois esse ainda é imperfeito.
No momento de decisão, use seu coração e
sua bondade para com seus
semelhantes. Muitas
crianças dependerão disso para continuar a
caminhada, e só você pode
fazê-las prosseguir.
De hoje a sete dias, quando você tiver sete
anos e sete dias,
Deus vai colocar a prova
a sua caridade e seu amor pelos seus
semelhantes. Seu retorno
a sua casa pode lhe trazer medos, porém sua
coragem e sua fé devem
vencer esse medo, para que assim você parta
para os braços de Oxalá,
e após isso sua missão retorna, porém na luz
espiritual. Seja
corajosa, eu e seus protetores estaremos lhe
aguardando, e você será
avisada no momento crucial o que deverá fazer.
Fique com as bençãos de Deus!"
E assim, as três imagens iluminadas
partiram, deixando a menina
Aninha reflexiva sobre
tudo aquilo que escutara.
Dali ela retorna a seu lar, em meios de
pensamentos que não sabia
muito bem como agir, as
vezes sentindo receios, as vezes felicidade,
porém nunca deixava a sua
fé se abalar.
Ao estar novamente com sua família, escuta
seu pai em diálogo com
um velho pescador, e o
assunto era justamente as curas feitas pela
pequena menina aos
necessitados. Sem perceber a presença de Aninha
eles cogitavam a ida de
um pesqueiro a uma ilha distante para resgatar
dezenas de pessoas
adoentadas, fazendo com que Aninha as curassem com
seu dom. Diziam eles que
males atacaram as pessoas dessa ilha e as
doenças se disseminaram
por todas as partes, e a única saída daquele
povo seria trazer os
adoentados para serem cuidados e observados
dentro da região onde a
menina fazia moradia, pois na versão do pai da
pequena Aninha, só
poderiam ser curados por ela os que com eles
viessem.
O pai de Aninha e o pescador já tinham
entrado em contato com os
líderes daquele povo,
contando a versão deles, que naturalmente não
era verdadeira, e
acertado que no dia seguinte, embarcariam as pessoas
e retornariam ao seu
destino.
E assim foi feito, pois no dia seguinte
todos estavam preparados,
inclusive Aninha que fez
questão de ir para acalentar as pessoas mais
necessitadas durante a
viagem, isso mesmo a contra gosto de seu pai.
Ao chegarem lá ela verificou que a maioria
dos adoentados eram
crianças, que tinham ao
seu lado os pais desesperados, e tinha certeza
que deveriam tratá-los o
mais rápido possível, pois muitas dessas
crianças estavam entre a
vida e a morte.
Porém seu pai não autorizou a menina a
tratá-los ali, dissera que
o ar estava impregnado
pelos males, e poderia ser perigoso permanecer
ali por mais tempo.
A menina pestanejou, mas sem sucesso, ela
teve que obedecer o pai,
que a arrastou até o
pesqueiro ancorado, e após esse gesto ele tomado
por uma fúria jamais
vista por ela disse que iria retornar para buscar
os adoentados para serem
levados até o arraial de moradia de Aninha.
Ela mesmo sem entender o porque seu pai
estava agindo daquela
forma, respeitou e se
calou. E quando ele retornou, ela se pôs de
joelhos e orou pedindo
forças para todos que se encontravam doentes na
pequena ilha. E nesse
momento ela observa no céu azul as imagens de
Iemanjá, Ogum Beira Mar e
Ogum Iara sorrindo para ela, que a acalmou
lhe trazendo paz.
Após levarem todos os que foram atacados pelos
males para o
pesqueiro, o pai de
Aninha juntamente com o velho pescador, tomados
pela ganância, navegaram
com o barco até certo ponto no mar, e lá
disseram que só poderiam
levar aqueles que pagassem certa quantia a
eles, podendo ser em
ouro, prata, ou qualquer bem que as pessoas
tivessem, caso contrário
ficariam parados ali.
Muitos se desesperaram em ver seus filhos
inertes, rogaram pelo
amor e a caridade dos
dois gananciosos, mas eles estavam irredutíveis.
Desejosos de riquezas, independente como as
conseguisse, ficaram
ancorados a fim dos pais
desesperados retornassem a ilhota e pegassem
todos os bens que
possuíssem, afim de pagarem aos dois pescadores a
viagem e a cura dos seus
entes amados.
Enquanto isso, Aninha Estrelinha do Mar sem
saber do acontecido,
continuava a fazer seus
trabalhinhos de cura escondida do pai.
Ao retornarem com alguns bens, os pais
desesperados entregaram
tudo aos dois
gananciosos, que ao verem que não era muita coisa, pois
os moradores da pequena
ilha eram paupérrimos, disseram que não
levariam os adoentados e
nem a menina iria fazer a cura desejada.
Nesse momento a menina Aninha sai ao
convés, escuta seu pai
falando a um dos líderes
do grupo sobre o pagamento. Ela o recrimina
pesadamente, lhe dizendo
que não poderia cobrar nada aos irmãos
sofredores, e que ele
deveria devolver o que já tinha pego. E ela não
necessitava sair da
ilhota para tentar curar os adoentados.
O pai de Aninha ficou furioso, e num gesto
de ódio ameaçou a
estapear a menina. Ao
levantar as mãos para agressão, o céu escureceu,
o dia virou noite, raios
cortavam todo horizonte, a tempestade caiu de
uma forma torrencial, o
mar se revoltava, os ventos uivantes vinham
de todas as partes. Todos
se assustaram, a correria começou,
o pesqueiro rodopiava,
balançava violentamente, alguns pescadores eram
atirados ao mar, outros
gritavam desesperadamente, e alguns rezavam,
clamando a Deusa dos
Mares que salvassem suas vidas.
As crianças adoentadas choravam de pavor,
os pais tentavam uma
proteção ineficaz; o pai
de Aninha tentava colocar o pesqueiro sob seu
domínio, porém as forças
das águas do mar não lhe permitia isso.
Aninha extremamente preocupada com os
doentes, chegou até a proa
do barco, abrindo os seus
bracinhos disse:
"Mãe amada Rainha do Mar, entendi
agora suas palavras antes de
minha partida a essa
viagem. Entendi a ganância dos homens, entendi a
quem não devo guardar
rancor. Agora entendo que não devo ter medo, que
devo salvar a todos dessa
embarcação. E a ti me entrego minha Mãe, a
ti entrego meu caminho, e
assim rogo apenas que salve a todos dessa
tempestade que mostra que
devemos ser caridosos, e caridade nunca deve
ser cobrada.
Rogo também pelo perdão a meu pai e a seus
comandados, e que eles
nunca mais usem da
oportunidade de fazer o bem em troca de seus
próprios
interesses."
Nesse instante, o pesqueiro rodopiou e se
inclinou, fazendo menção
de naufragar, e no mesmo
instante, nas águas do mar apareceram três
filhas de Iemanjá. E
essas três Iabás acenando para Aninha, a chamaram
para junto delas, e a
menina sem pestanejar se joga nas águas
revoltosas e violentas do
Oceano.
Ao ver essa cena, o pai de Aninha solta um
grande grito de
desespero e de dor, tenta
se atirar junto, porém é detido por outros
pescadores.
Como num passe de mágica, as águas do mar
se tornam mansas, os
ventos se transformam em
uma leve brisa. No céu não há mais raios,
nem nuvem escuras, o Sol
volta a brilhar.
O barco pesqueiro fica na posição de
retorno a pequena ilha. Todos
se entreolham. O pai da
menina Aninha chora copiosamente buscando com
os olhos a menina que se
atirou ao mar.
Quando ele ia se atirar no mar tentando
buscar sua pequena filha,
uma luz brilhante pairou
sobre a embarcação. Nessa luz estavam as
imagens de Iemanjá, Ogum
Beira Mar, Ogum Iara e ao centro a imagem da
doce Aninha segurando sua
estrelinha do mar.
A menina com uma voz suave e infantil
disse:
"Meus irmãos, Deus está curando todos
os adoentados, nenhum de
vocês sairão dessa
embarcação carregando convosco males ou doenças.
Meu pai, peço-te para refletir sobre a
ganância que tivestes. Devemos fazer a caridade sem cobranças, devemos fazer o
bem para
recebermos o bem, devemos
ter fé para podermos distribuir esperanças.
Hoje parto da vida encarnada, começo a
minha jornada na vida
espiritual, tenho muitas
coisas a aprender, porém tenho a minha
mãezinha e meus
protetores para me mostrarem os caminhos de luz.
Deixo-te para refletir sobre esse dia de
muitas lições. Não guarde
culpas pois tu não as
tens; tudo que aconteceu estava escrito, e só
assim eu poderia partir
para essa nova caminhada. Feliz eu fiquei
nesses sete anos e sete
dias de encarnada junto a ti e a mamãe, mas
agora tenho que realizar
e concretizar a missão que me foi dada por
Deus. Fazer o bem na
forma de Entidade de Luz.
Que Oxalá e todos os Orixás abençoe a todos
vós!
Sua benção, meu pai!"
E assim as imagens dos quatro vão
desaparecendo no mesmo instante
que a linda luz brilhante
vai se dissipando.
O pai de Aninha chora desesperadamente, com
os braços erguidos ao
céu, sentindo-se culpado
por tudo aquilo. Ele abaixa as mãos deixa sua
cabeça cair, se vira
junto ao líder do povo da pequena ilha, se joga a
seus pés e lhe pede
perdão.
Nesse instante, todas as crianças saem ao
convés, além de todas as
pessoas que antes estavam
adoentadas, só que agora completamente
curadas.
Todos se abraçam, e um a um vão se
colocando de joelhos, erguendo
as mãos ao céu, e assim
iniciaram lindas orações a maravilhosa Erê
Aninha Estrelinha do Mar.
E assim a doce menina virou a bela Entidade
de Luz que é, fazendo
caridade, curando males,
trabalhando em prol da caridade, paz, amor e
harmonia a quem
necessita, e quem busca seu auxilio em terreiros de
Umbanda.
Salve as crianças de Umbanda!
Salve a linda e doce Aninha Estrelinha do
Mar!
Oni Ibeijada!
Fonte:
https://www.facebook.com/centroespiritaunidospelafe/posts/2286656654920293
Por: Anna Chan
Universo Espiritual
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