“Maria era
uma moça jovem quando sua mãe faleceu, foi deixada para ser criada pelo
padastro que era alcoólatra. A moça se tornou vitima de frequentes
espancamentos, era ofendida com diversas palavras ofensivas e toda vez que o
homem chegava do bar ela apanhava de um modo diferente. Ela suportou tudo até o
momento em que sua irmã mais nova começou a apanhar. Em um dia enquanto o homem
estava fora de casa, decidiu fugir dali. Com poucas roupas e sem nenhum
sustento ela pegou sua irmã e foi embora.
Sem moradia
e com uma criança que tanto amava para sustentar Maria não sabia o que fazer,
não havia um destino certo para si, ao certo ir trabalhar como prostituta e
assim ela fez. Arrumou um cantinho para morar e toda noite deixava a irmã em
casa, saindo para seu sustento.
Maria
começou a frequentar os bares do bairro atrás de fregueses e conseguia um bom
dinheiro, podia pagar suas contas e ser sustentada humildemente. Até que uma
noite foi cercada por três homens com maldade no olhar, começaram a lançar
palavras ofensivas sobre ela, suas mãos corriam pelo corpo da mulher e ela
tentava se desvenciliar, mas eram fortes e quando ela já estava com lágrimas
nos olhos, um homem saiu de trás das mesas do bar.
“Deixem-a
em paz!” A voz firme do homem chamou a atenção de todos. Ele vestia um terno
branco, com uma gravata vermelha e um chapéu branco com uma listra vermelha.
Era bonito, alto e forte.
Maria não o
conhecia, mas sua ordem fez com que os homens se afastassem. Os três homens
foram para cima dele e com golpes certeiros derrubou todos.
Ela o
agradeceu, estava eternamente grata pelo homem e ele a chamou longe do bar,
fora do alcanse do olhar dos curiosos. Quando estavam em um beco escuro, o
homem tirou do bolso uma navalha.
“Use isso
para se proteger, menina.” Ele sorriu. O mais belo sorriso que um homem poderia
dar, misturado com a malicia de um boêmio. Maria hesitou em pegar aquilo, mas
aceitou.
“Eu sou Zé
Pilintra, estarei sempre por perto.” Em um rápido movimento ele levantou seu
chapéu reverenciando-a e partiu no meio da escuridão. Depois desse dia Maria
não viu o homem materializado novamente, apenas em seus sonhos.
Ela
continuava a frequentar o mesmo bar que o conheceu, agora todos a temiam e ela
passou a ser conhecida como a mulher da Navalha, Maria Navalha.
Qualquer
ameaça, qualquer tropeço errado de um homem, qualquer má intenção ela retalha
no fio da navalha.
Salve a
Malandragem!”
Texto Por Belas Yabas.
Por: Anna Chan
Universo Espiritual
Fonte: https://filhadeyansa.tumblr.com/post/121775836873/maria-navalha-na-umbanda-maria-era-uma-moca
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